domingo, 28 de fevereiro de 2016

Entrevista exclusiva: Antônio Carlos Guarini Perpétuo, a ginástica cerebral e os 10 anos do Supera

O engenheiro Antônio Carlos é o idealizador do método Supera
O Supera surgiu em 2006, em São José dos Campos (SP), criado pelo engenheiro Antônio Carlos Guarini Perpétuo e completa 10 anos com 200 escolas espalhadas por todo o Brasil (uma delas aqui em Presidente Prudente). O método oferece a chamada "ginástica cerebral", que beneficia jovens, crianças, adultos e  idosos, a partir de conceitos difundidos na cultura oriental e na neurociência.

Unidade do Supera em Prudente, na Rua Jacob Blumer, 188
Em um bate-papo exclusivo com o SAIA Educando, o idealizador do Supera explica todos os detalhes sobre o método e aponta alguns dos caminhos para o futuro da educação.

SAIA Educando: Como surgiu a ideia que levou ao desenvolvimento do Supera?

Antônio Carlos Guarini Perpétuo: Começou com um desafio pessoal. Meu filho caçula, que estava com 9 anos, enfrentava dificuldades para estudar, se concentrar e fazer as tarefas na escola. Comecei a chamar psicólogo, pedagogo, aumentar a rigidez em relação à cobrança, tudo para tentar solucionar o problema.

Foi então que conheci o soroban (mais conhecido como ábaco), que é o primeiro instrumento de cálculo criado pelo homem, muito difundido no oriente. Me encantei com a ferramenta, acabei me aproximando da colônia japonesa no Brasil e tive contato com professoras que utilizavam o ábaco por aqui. A partir daí, vi histórias de pessoas que mudaram de vida a partir do uso destes métodos e pensei: por que não utilizá-los com meu filho?

O Supera também contribui para tornar as aulas mais divertidas
SAIA Educando: E a metodologia utilizada pelo Supera, como foi desenvolvida?

Antônio Carlos: Como tivemos resultados muito positivos, resolvi oferecer isso para a sociedade. Fiz então uma pesquisa de mercado e chegamos a conclusão de que o ideal era ocidentalizar a prática do ábaco, trazer isso para nossa cultura. Comecei a pesquisar uma metodologia mais completa e assim foi desenvolvida a apostila Abrindo Horizontes (que reúne exercícios, jogos e atividades que são realizados no Supera).
São 4 ferramentas que dão base à metodologia. O ábaco, que trabalha com a concentração, os exercícios cognitivos, cujo foco é o desenvolvimento do raciocínio e da lógica, os jogos, que trabalham com o conceito de estratégia e as dinâmicas de grupo, que atuam no desenvolvimento das relações interpessoais.

SAIA Educando: A metodologia pode ser aplicada nas redes de ensino? Como o Supera pode ser utilizado dentro de sala de aula?

Antônio Carlos: Nos principais países que estão à frente em relação aos índices relacionados à educação, o foco não é mais o conteúdo. Hoje, esse conteúdo é algo muito abrangente, volátil e está todo disponível na web. O foco da educação deve ser então no desenvolvimento das habilidades cognitivas e sócio-emocionais. O objetivo é estimular o cérebro a se tornar apto a analisar, inovar e pensar fora da caixa, além de trabalhar em equipe, liderar e se fazer entender diante do grupo... Potencializar o desenvolvimento da pessoa para que ela esteja apta academicamente e socialmente, criando assim o profissional do futuro.

Para contribuir com estes objetivos, temos o Supera Neuroeducação, que pode ser implantado em escolas públicas ou privadas. Nós disponibilizamos o material e os profissionais necessários para implantar uma dinâmica diferente, que pode ser intra ou extracurricular, com pelo menos, uma aula por semana. 

Em Bariri, alunos da rede municipal acompanham o Supera
Hoje, o Governo Federal permite essa adequação e a Lei de diretrizes e bases da educação nacional estimula o desenvolvimento das habilidades cognitivas. O que falta são soluções para que as escolas adotem isso. O Supera Neuroeducação já tem dois anos e a cidade mais próxima de Prudente que adotou o método é Bariri (SP), onde temos quase 4 mil alunos. Normalmente ele é de escopo municipal e nós realizamos a capacitação dos professores da rede, fornecemos o material didático, a secretaria de educação implanta a metodologia e nós fazemos o acompanhamento. 

SAIA Educando: O método tradicional de ensino, predominante nas salas de aula de todo o país, ainda é capaz de preparar as crianças e jovens para o futuro? Qual a contribuição do Supera nesse sentido?

Antônio Carlos: Todo mundo acha que a solução para a educação do futuro é digital, mas acabam mudando apenas a ferramenta e continuam direcionados apenas na apresentação de conteúdo. O foco tem que mudar. 

Primeiro, 50% do conteúdo ensinado pode ser descartado. Segundo, dos 50% restantes, 20% é essencial e inclui a compreensão de conceitos matemáticos (que não significa saber fazer continha) e o conhecimento da língua (saber ler e interpretar textos e não apenas ser alfabetizado). Portanto, em relação ao conteúdo, deve-se focar nestes 20%, que são importantes. Os outros 30% são referentes à informação trazida pelo professor, que servem como estímulo para que o aluno busque o conhecimento. Simplesmente colocar o conteúdo na lousa e cobrar em prova não serve. Uma atividade como o Supera serve como complemento para isso tudo.

Muito do que aprendemos na escola, nós não vamos utilizar nunca mais e os alunos já se deram conta disso. Eles sabem que não vão precisar da maior parte daquele conteúdo e, se precisarem, basta procurar na internet...

Confira o vídeo com o relato de professoras e alunos de Bariri, onde o método Supera é aplicado:

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Escola no Ar utiliza metodologia de ensino baseada na experiência e na diversidade


O conhecimento adquirido in loco, a partir da experiência prática e tendo como referência as características individuais de cada aluno é o que propõe a Escola no Ar, um projeto de "escola livre", que funciona na capital paulista e oferece cursos nas áreas de design, fotografia, desenho, marketing, educação sexual, entre outros.

Como explica o site da Escola no Ar, a ideia surgiu na Grécia Antiga, com o chamado método peripatético, no qual Aristóteles "conduzia um grupo de aprendizes pelas ruas de Atenas em função da predileção do filósofo e ensinar enquanto caminhava ao ar livre". Neste sentido, a intenção da Escola no Ar é romper com o "confinamento imposto pela institucionalização escolar ocorrida a partir da Idade Moderna", trazendo o aluno de volta para o espaço público onde ele tem a oportunidade de "pensar fora da caixa".

Os cursos oferecidos pela Escola no Ar adotam uma metodologia de aprendizagem que leva em conta as características de cada indivíduo e aposta na interação entre as pessoas, de maneira heterogênea, e também com o espaço ao seu redor. O objetivo é que o conhecimento seja desenvolvido de acordo com "o mundo real que cada um vive", buscando "soluções criativas, inovadoras e funcionais aos problemas apresentados".


Entre as atividades, vale destacar o curso: "Trilhas do consumo", no qual os alunos observam técnicas utilizadas pelo comércio varejista durante um passeio pela área central de São Paulo e também para as aulas de fotografia de rua, que também ocorrem na capital paulista. Os custos vão de R$ 100,00 a R$ 300,00 e o contato pode ser feito pelo e-mail escolanoar@escolanoar.com, pela página no Facebook, neste link ou pelo telefone (11) 9.9266-7557.  

Por enquanto, todas as atividades são realizadas na capital, mas que, ao menos, sirvam de inspiração para os professores da nossa região.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Série ensina a produzir videoaulas de qualidade para complementar o trabalho com os alunos

"Um equipamento simples, uma conta no YouTube e uma boa ideia, é o que você precisa para produzir uma videoaula interessante e com qualidade técnica", explica o cineasta Kico Santos, no vídeo de abertura da série Videoaulas+, que apresenta ao professor, passo a passo, como produzir material áudio visual para ser utilizado com os alunos, complementando o trabalho dentro de sala de aula. Confira a apresentação:


O trabalho é desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, com apoio da Fundação Lemann e do canal YouTube Edu. São 10 vídeos, com dicas de como criar um roteiro, atrair a atenção dos alunos com o material produzido, mesclar texto (áudio) e imagem, quais os melhores equipamentos, como utilizar a iluminação, o cenário e outras sugestões didáticas que auxiliam no uso de uma ferramenta simples, barata e que pode fazer a diferença na relação com os alunos.

YouTube Editor é opção fácil e gratuita para edição de vídeos
A partir das dicas da série Videoaulas+, com o material já produzido, o YouTube Editor (tela principal acima) pode ser a ferramenta ideal - e gratuita - para editar, acrescentar efeitos, textos, imagens (fotos e vídeos), trilha sonora e tornar sua videoaula ainda mais interessante e profissional.

YouTube Edu permite assistir aulas de outros professores e disponibilizar as suas
Existe ainda o YouTube Edu, um canal que disponibiliza videoaulas dividas por disciplinas, que também podem ser apresentadas aos alunos. O espaço ainda permite que o professor disponibilize o material produzido por ele, para seja utilizado por todos.